terça-feira, 6 de setembro de 2011

Ah, essa leseira...

Se tem uma coisa que sei fazer muito bem, e sem nenhuma modéstia, conheço poucas pessoas melhores do que eu, é não fazer nada.

Sinto um tremendo prazer em ficar lagarteando horas a fio sem mover uma palha. Nesse momento, sinto que poderia ficar anos sem fazer nada, caso reconhecessem o meu talento em não ter talento algum e brotasse uma grana dessa não-atividade.

Essa certeza sempre vem à tona lá pelas três da tarde: o corpo está preocupado em concentrar as energias para digerir toda a maçaroca do almoço e aquela moleza vem te abraçando e te ninando como se fosse a mais irresistível das mulheres.

Outra situação que eu sempre causa saudades: que saudade do cochilo no sofá. Não há momento melhor para "puxar uma paia" do que o fim do vídeo show e o começo da "A Lagoa Azul".

É uma sensação que deveria ter sido valorizada quando tinha a oportunidade de me afundar no sono pós-almoço e não o fazia. Eu sei, você também está se lamentando por isso.

Por isso, não troco minha cama, ou meu sofá por um colchão ou festa qualquer. Neste momento, invejo os espanhóis e sua famosa siesta.

Hoje ninguém afeta o meu plano de dormir decentemente todas as noites durante a semana, e  indecentemente aos finais de semana.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Realidade paralela...

Há uns tempos, eu era capaz de apostar minha bola direita que essa história de matrix, de realidade virtual, de redes sociais e tudo mais era uma aposta muito louca dos nerds, e que, depois de um certo tempo, tudo acabaria desaparecendo, como aconteceu com o falecido ICQ.

Bobagem minha.

Lendo alguns posts da Marina, no Corra Mary, percebi que cada vez mais os comportamentos das pessoas nas redes sociais vêm imitando o nosso comportamento real. Inconsequente e criativo que sou, já consigo imaginar o dia em que o comportamento virtual será considerado o "oficial" e o comportamento do dia a dia, cara a cara, será considerado secundário.

Será que esse dia está muito distante? Sou capaz de apostar que não.

Veja, assistindo a uma palestra há alguns meses, tomei conhecimento de uma pesquisa realizada na Alemanha com pré-adolescentes de 13, 14 anos (se alguém tiver mais infos sobre a pesquisa, é só mandar).

A proposta era a seguinte: um menino e uma menina foram colocados frente a frente para se conhecer em uma conversa. Após um tempo de exposição, nenhum dos dois havia trocado meia dúzia de palavras. A conversa não se desenvolveu. O menino com vergonha de fazer uma abordagem, e a menina sem jeito de iniciar uma conversa, ou esboçar uma reação mais amigável.

Depois disso, utilizaram os mesmos personagens para outra conversa (sem que eles soubessem que o outro tratava-se da mesma pessoa), só que desta vez via SMS. Resultado: a conversa foi ótima, ambos se entenderam maravilhosamente bem e não houve nenhum tipo de intimidação.

Sentiram-se mais confortáveis e propensos a um tipo de interação com a "proteção" da tecnologia, ao invés da exposição física, do olho no olho, frente a frente.

Enfim, é para se pensar... Quem sabe, lá na frente, uma das habilidades mais valorizadas não será a de se relacionar bem com outras pessoas... pasmem, no mesmo ambiente que você?

ps: ainda sei de cor o meu número do ICQ: 178975509. "ó-ou".